quarta-feira, 29 de abril de 2009

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Atitude de quem ensina...


... é valorizar momentos significativos de descoberta...
... é descobrir junto com o educando novos horizontes...
... é refletir sobre a prática pedagógica...
... é sistematizar e produzir conhecimentos...
... é educar para crescer...

domingo, 5 de abril de 2009

Pescando Adolescentes!


Quem observa a tranqüilidade de um barco ao mar e o som do vento a bater na linha de um anzol não imagina a rotina exaustiva e arriscada que os pescadores enfrentam. Antes mesmo de o sol nascer, muitos já pegaram suas canoas ou barcos para se aventurarem em alto mar, mas a hora da volta para casa é uma incógnita a cada dia. Esta vida, regada de esforço, sacrifício e persistência tem chamado a atenção de inúmeros antropólogos e estudiosos na construção de pesquisas relacionadas ao ato de pescar. Cristo, o maior Mestre, utilizou-se da figura do pescador para dar ênfase a um chamado específico: o de pescar gente (Mt 4.19).
Evangelizar, discipular e educar adolescentes também faz parte deste chamado. A missão do educador, neste contexto, é promover uma prática educativa plena, tendo como propósito alcançar (pescar) a mente e o coração do adolescente através da palavra de Deus. Mas como ter êxito nesta “pesca”? Como levar os adolescentes a uma vida cristã saudável e produtiva?
Na verdade, ninguém sabe com precisão como pescar, ninguém além Daquele que criou os peixes. O aperfeiçoamento em uma pescaria, (ação pedagógica – ato de discipular/educar) só se dará através da prática. E o sucesso da prática nesta pescaria se dará se seguirmos os termos de Cristo.
O ensino de Cristo prezava pela totalidade do ser humano, primando por uma educação libertadora. Visava integrar o ser, valorizando-o como parte do todo e estimulando os pecadores a refletirem e a mudarem a sua postura baseados na fé.
Ao refletirmos sobre uma prática pedagógica que vise alcançar o adolescente como um todo, devemos observá-lo e entendê-lo em todo o seu contexto de vida, seja espiritual (o seu conhecimento sobre Deus) ou física (características de personalidade e contexto sócio - histórico).
Nessa perspectiva, é possível compreender a adolescência como sendo constituída socialmente, a partir das necessidades sociais, econômicas, espirituais e das características que vão se constituindo no processo que chamamos de vida.
É importante ressaltar que esta visão e ação de Cristo não é comum a todos. Grande parte das linhas teóricas vigentes em nossa sociedade é pautada na generalização de estereótipos, enfatizando e destacando somente marcas ou características do corpo do adolescente, ignorando outros fatos, como a vida espiritual, que também fazem parte desta fase da vida.
Assim sendo, não existe uma prática padrão para pescarmos/discipularmos adolescentes, mas existem estratégias que podem ser consideradas como utilitárias para o crescimento do Reino de Deus. A estratégia de Cristo era relacionar a verdade com a vida e pregar a praticidade nos seus ensinamentos. Ele ensinava como viver uma vida com Deus.
Seguindo seu exemplo, a pescaria/discipulado de adolescentes deve ser relacionado com o cotidiano dos mesmos e produzir mudanças no seu estilo de vida. Para isso é necessário sentir as necessidades daqueles a quem desejamos discipular. Conversar, dialogar, ser amigo, “gastar tempo” ouvindo, são estratégias simples que dão ótimos resultados. Para Paulo Freire, é através das relações dialógicas, da conversa, da troca de idéias, que o sujeito, a saber os adolescentes, tem a possibilidade de sair do estágio de transição de consciência ingênua para o estabelecimento da consciência crítica sobre si e sobre a realidade, de forma a realizar intervenções sobre ela. Ou seja, ao participar ativamente da vida cristã, fazendo escolhas, expondo idéias e sonhos, estudando e estabelecendo relações com a Palavra, o adolescente assumirá o papel de um verdadeiro cristão e será um agente transformador da sociedade em que vive.

Texto de Angela Cristina Hammann

O Rei do Mar


Muitas velas. Muitos remos.

Âncora é outro falar...

Tempo que navegaremos

não se pode calcular.


Vimos as Plêiades.

Vemos agora a Estrela Polar.

Muitas velas. Muitos remos.

Curta vida. Longo mar.


Por água brava ou serena

deixamos nosso cantar,

vendo a voz como é pequena

sobre o comprimento do ar.

Se alguém ouvir, temos pena:

só cantamos para o mar...


Nem tormenta, nem tormento

nos poderia parar.

(Muitas velas. Muitos remos.

Âncora é outro falar...)

Andamos entre água e vento

procurando o Rei do Mar.


Cecília Meireles

Ilustração de Johanna Wright