domingo, 13 de julho de 2014

Habilidade para matemática e línguas é definida pelos mesmos genes

 
A habilidade para matemática e para línguas é determinada em pelos mesmos genes, segundo um estudo publicado nesta terça-feira na Nature. O estudo também ressalta, no entanto, a influência do meio para o desenvolvimento da pessoa.
 
Cientistas do King's College de Londres, liderados por Robert Plomin, utilizaram dados do chamado Estudo do Desenvolvimento Precoce dos Gêmeos (TEDS, em sua sigla em inglês) para verificar a influência dos genes nas habilidades de leitura e cálculo de adolescentes de 12 anos de 2.800 famílias britânicas.
 
A equipe acompanhou gêmeos e outras crianças, com quem fez testes de compreensão oral, fluência verbal e matemática, conforme as exigências do sistema escolar britânico.
 
A combinação dos resultados desses testes e dos dados de DNA indicou que há uma "sobreposição significativa" dos genes que determinam a habilidade tanto para a língua e quanto para os números.

Aproximadamente metade dos genes que influenciam na habilidade de leitura da criança incide também em sua capacidade para as contas, de acordo com o estudo. No entanto, ressalta que o entorno familiar e a educação escolar são estratégicas para o desenvolvimento dos pequenos.
 
"As crianças diferem geneticamente em relação à facilidade de aprender e devemos reconhecer e respeitar estas diferenças individuais", afirma Plomin.
 
Segundo o analista, "descobrir que há uma forte influência genética não significa que não se possa fazer nada quando uma criança custa a aprender: o fato de ser hereditário não implica que seja imutável, apenas significa que será preciso um esforço maior dos pais e das escolas para apoiar esse aluno".
 
A pesquisa não identifica genes específicos que determinem essas habilidades, mas estabelece conjuntos de genes ou de diferenças genéticas que individualmente contribuem em pequena medida a moldar à pessoa.
 
Outro autor do estudo, Oliver Davis, da University College London, afirma que a pesquisa "demonstra que grupos similares de sutis diferenças de DNA são importantes para a leitura e a matemática".
 
"No entanto, também fica claro como é importante nossa experiência de vida para que sejamos melhores em uma coisa ou em outra", acrescenta.

Em: http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2014/07/habilidade-para-matematica-e-linguas-e-definida-pelos-mesmos-genes.html

COMO TRABALHAR AS FRAÇÕES COM O PIÃO RECICLADO

Experiênvia vivenciada
 
É possível trabalhar com as frações utilizando o pião reciclado. Abaixo a proposta vivenciada por Evandro Revas noblog http://professorphardal.blogspot.com.br/2014/07/como-trabalhar-as-fracoes-com-o-piao.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+AArteDeAprenderBrincando+(A+ARTE+DE+APRENDER+BRINCANDO)
1ª Situação: Usamos duas garrafas pet, onde a criança deverá associar cada imagem aos seu respectivo número fracionário:
2ª Situação: Usamos três garrafas pet, onde a criança posicionará a fração da primeira garrafa e em seguida deverá procurar nas outras duas garrafas, as frações equivalentes à fração selecionada na garrafa inicial.
3ª Situação: Usamos quatro garrafas pet, onde a criança deverá girar a garrafa que contém os sinais que indicam a adição, subtração, multiplicação e divisão. De acordo com o sinal sorteado ela deverá selecionar as outras três garrafas de tal maneira que a operação se torne verdadeira.
Dessa forma acreditamos que despertaremos ainda mais a curiosidade das crianças, pois sabemos que elas se envolveram na busca de estratégias para a solução proposta em cada um dos materiais mostrados. Veja o vídeo:
 
 

Indicações para aprender Matemática de um jeito legal


Indicado pela Revista Galileu, abaixo relacionados 7 canais e cursos online para aprender Matemática de um jeito legal.

Estudar apenas na escola não basta quando você quer realmente dominar um assunto. Sobretudo se ele incluir números. Por isso, é dica é continuar em contato com o conteúdo também na web. Para te ajudar nessa tarefa, reunimos cursos e canais grátis em que você pode aprender matemática sem ter de sair da sua casa. É só escolher o formato de que mais gosta:

Introdução ao Pensamento Matemático
O curso de Stanford, com 10 horas, tem o objetivo de "ajudar a desenvolver a capacidade mental valiosa" dos estudantes. As aulas são ministradas por Keith Devlin, membro da American Mathematical Society, e estão disponíveis com legendas em português.

MatemáticaRio
Professor da rede pública municipal do Rio de Janeiro, Rafael Procopio propõe em seu canal no YouTube (com mais de 3 milhões de views) um jeito bem interessante de aprender a matéria: com bom humor. Os vídeos abordam desde truques de tabuada até matemática de ensino médio, passando por diversos desafios.
 
Probabilidade e Estatística para Negócios
São 25 aulas legendadas em português e ministradas por Fletcher H. Ibser, da Universidade da Califórnia.

History of Mathematics
Vídeos em inglês com aulas sobre a história da matéria. O professor N. J. Wildberger começa na matemática grega e discute as influências chinesa e árabe na área.

Só Matemática
O canal brasileiro já tem mais de 100 mil visualizações. São 26 vídeos com explicações em português sobre pré-cálculo e a relação entre arte e matemática.

College Algebra
Curso da Missouri State University, com aulas que incluem estudos avançados da disciplina. São 39 aulas em inglês.

Métodos Matemáticos p/ Engenheiros
Tudo até aqui é muito fácil para você? Então vá mais longe. O Veduca tem aulas legendadas em português do Massachusetts Institute of Technology, voltadas especialmente para engenheiros. São 49 vídeos.

Em: http://revistagalileu.globo.com/Tecnologia/noticia/2014/05/7-canais-e-cursos-para-voce-aprender-matematica-gratis-na-internet.html

domingo, 6 de julho de 2014

A literatura não tem de partir dos clássicos

Há mais de dez anos, ao mediar uma oficina de leitura e escrita, um voraz leitor de Harry Potter me perguntou: “Qual é o autor menos chato: Machado de Assis ou José de Alencar?” A questão me intrigou: o que acontecia nas aulas de literatura daqueles estudantes para que os dois autores fossem considerados “chatos”? Durante oito anos investiguei, por meio de questionários e entrevistas com mais de 80 professores e 290 alunos, suas práticas de leitura literária.

O cenário é preocupante. Na maioria das aulas, o trabalho com o texto é substituído pela memorização dos períodos históricos literários e das características de época. Além disso, a leitura dos clássicos, difícil sem uma mediação adequada, dá lugar à leitura de resumos, que obviamente não dão conta dos romances estudados.
 
Por outro lado, a pesquisa constatou que os alunos leem! Talvez não aquilo que seus professores gostariam, mas o que lhes interessa: livros de aventura, cheios de ação, que dão origem a seriados, filmes e videogames e livros românticos, que as meninas devoram rapidamente. Essa “literatura de entretenimento” fica fora da sala de aula, sem direito a discussão ou reflexão.
Um primeiro passo para formar leitores críticos é trazer essa literatura de entretenimento  dos alunos para dentro das salas de aula (Foto: Nik Neves/ Editora Globo)
 
Um primeiro passo para formar leitores críticos seria trazer a literatura de entretenimento para dentro da sala de aula. Trabalhar com o relato dessas leituras, debater a estrutura das narrativas, discutir seu apelo e sua recepção. É preciso partir do que os alunos leem para construir um repertório em comum.
Depois disso, o segundo passo seria tomar espaço durante as aulas de português para a leitura de textos literários do cânone escolar. Ao contrário do que pensam muitos professores, ler em sala não significa “perda de tempo”. Diversas pesquisas indicam que a prática da leitura — tanto a conjunta, em voz alta, como a silenciosa e solitária — incentivam a formação de jovens leitores. Quando professor e alunos planejam e preparam a leitura de um livro, desvendando um texto, uma interpretação coletiva é construída e uma comunidade de leitores pode surgir. Essas comunidades são a base para o alargamento dos horizontes de seus integrantes. Talvez aí Machado e Alencar possam deixar de ser “chatos”...
 
Ao pensar sobre o ensino como uma prática da leitura literária, poderemos garantir a nossos alunos uma porta de entrada para a leitura de textos mais complexos e para essa nossa grande herança, o mundo da cultura escrita.
 
*** GABRIELA RODELLA É DOUTORA EM EDUCAÇÃO PELA USP E AUTORA DA TESE AS PRÁTICAS DE LEITURA LITERÁRIA DE ADOLESCENTES E A ESCOLA: TENSÕES E INFLUÊNCIAS

Em: http://revistagalileu.globo.com/