sábado, 28 de fevereiro de 2015

Muito além dos números

Jogos e atividades para desenvolver a autonomia, auxiliar na resolução de situações-problema e na construção de novos saberes


Por Juliana Lambert
 
Objetivos:
 Ajudar a criança a planejar, relacionar, comparar, classificar, medir e contar

★ Aprimorar o pensamento lógico-matemático
★ Desenvolver a autonomia Auxiliar na resolução de problemas da vida prática e a construir novos saberes

Faixa etária: 4 a 6 anos
Jogos e atividades matemáticas proporcionam muito mais do que diversão na Educação Infantil. "Matemática não se reduz apenas a aprender números, quantidades e a fazer contagem mecânica. Pressupõe reflexão, tomada de decisão e iniciativa para resolver situações-problema", explica Eliane de Lima, professora do Jardim II, do Colégio Santa Maria, em São Paulo (SP). "Trabalhamos com jogos e brincadeiras nas quais a contagem, grandezas, medidas e formas geométricas ganham significado, validade e eficácia", completa. No Colégio Santo Américo, também na capital paulista, as atividades matemáticas vão muito além dos números. "Por meio dos jogos, as crianças descobrem a importância de respeitar as regras, aprendem a aceitar a derrota, a organizar materiais, a desenvolver diversas habilidades de pensamento e a construir novos saberes", afirma Sílvia Fuertes, assistente pedagógica da Educação Infantil.
Feche a caixa
1. Providencie um tabuleiro com caixinhas que deverão conter os mesmos números dos dados, inclusive a soma entre os dados.
2. Divida a turma em duplas e solicite que um aluno inicie jogando os dados.
3. Ele deverá fechar a caixinha de acordo com o valor tirado nos dados. Se as casas correspondentes aos números 7, 8 e 9 estiverem fechadas, o aluno poderá escolher jogar um dado só.
4. O aluno pode também fazer a soma de duas ou mais casas para fechar o número total, por exemplo: se ele tirou 6 e essa casa já foi fechada, ele pode fechar as casas 2 e 4.
5. O jogo termina quando a criança tira nos dados uma quantidade que já não dá mais para fechar ou quando todas as casas tiverem sido fechadas.
6. Some os pontos das casas que cada aluno não conseguiu fechar. O campeão será aquele com menor quantidade de pontos.

Acompanhe uma atividade proposta pelo Colégio Santa Maria:
Materiais:  Duas folhas de papel Kraft  Tinta para decorar  Cola branca  Lantejoulas Hidrocor preta  Pincel  Retalhos de E.V.A. colorido  Quadrados de E.V.A. medindo 10 cm nas cores vermelho, amarelo e azul (para a trilha)  Retângulos de E.V.A. medino 6 x 7,5 cm nas cores vermelho, amarelo e azul (para as fichas)  Color set laranja  Tesoura Pinos para jogar (podem ser tampas ou outros materiais)

1.
 
Pinte uma folha de papel Kraft para formar a base do tabuleiro. Faça as trilhas colando os quadrados de E.V.A.
2. Corte a segunda folha de papel Kraft de forma oval para fazer a chegada e emende-a no tabuleiro.
3. Decore-a com os retalhos de E.V.A. e lantejoulas.
4. Recorte e dobre o dado no color set laranja conforme o molde. Faça as bolas indicando as quantidades com a caneta hidrocor. Cole as arestas com cola branca.
Como jogar:
Após preparar o dado e a base do tabuleiro, escreva algarismos em algumas casas ou faça desenhos representando quantidades. Por exemplo: duas bolinhas, três estrelas etc. Combine com os alunos as regras. Exemplos: os pinos devem estar na casa inicial, as crianças deverão lançar o dado, contar e andar a quantidade casas indicadas, ao cair nas casas identificadas por símbolos ou pelos números a criança deverá pegar a quantidade de fichas correspondentes (número 2 = duas fichas ou duas bolinhas = 2 fichas).
Dicas espertas! 
 Note como a Festa dos Superamigos envolve planejamento, contagem, noções e relação de quantidades.
 Caso a criança não estabeleça comparações e não consiga perceber a distinção entre "mais" ou "menos" (fichas), construa torres de peças de lego (gráfico de barras) para facilitar a contagem e a percepção de quantidade.
 Brinque com o jogo inúmeras vezes para que as crianças se apropriem das regras, aprendam a planejar e sejam capazes de jogar sem a intervenção frequente de um mediador.
Confira um jogo do Colégio Santo Américo, desenvolvido pelas professoras Susana Nagae e Maristela Ribeiro:

Materiais: 2 caixas de pizza emendadas com cola quente Papel contact laranja  Fita adesiva preta para acabamento Color set preto, vermelho e verde Pedaços de papelão encapados com color set preto medindo 13 x 4 cm Tampinhas de garrafa PET pintadas de verde 4 palitos de churrasco pintados de preto Caneta hidrocor preta Cola quente

1.
 
Encape as caixas de pizza com o contact laranja e as laterais com o color set preto.
2. Dê o acabamento nas laterais com a fita adesiva preta.
3. Cole as divisórias de papelão encapado numa das pontas com cola quente.
4. Faça as faixas "chegada" e "partida" no color set vermelho e verde e cole-as nos palitos de churrasco. Cole os palitos no tabuleiro.

Como jogar:
1. Estabeleça regras de pontuação e avalie se é melhor atribuir valores diferentes para cada casa ou todas terão o mesmo valor.
2. Distribua uma quantidade de tampinhas para as crianças e explique que elas terão que acertá-las nos compartimentos, deslizando-as em direção às casas numeradas.
3. O primeiro jogador terá três chances para acertar as casas numeradas. Se as tampinhas não atingirem as casinhas, elas devem voltar ao ponto de partida.
4. Ao final dos três arremessos, ajude a criança a somar seus pontos e arrumar o tabuleiro para o próximo jogador.

Em: http://revistaguiainfantil.uol.com.br/professores-atividades/101/imprime224926.asp

Educação infantil: aprendendo matemática

Um dos objetivos do ensino da matemática deve ser o de desenvolver a capacidade de dedução e não a habilidade para calcular mecanicamente


Linguagem matemática
Ainda cedo, a criança faz julgamentos, que é o início do processo de raciocínio. Ela calcula o espaço necessário para passar entre duas cadeiras para apanhar um copo de água sobre a mesa, calcula o quanto deverá levantar a mão para apanhar o copo, quanto de água tem dentro do copo, se quer ou não mais água, o tamanho do copo, em que posição deve colocar o copo para que ele não caia, e assim por diante, em tudo o que faz. 

Dessa forma, a criança aprende conceitos e habilidades importantes, mesmo antes de iniciar a vida escolar.
“A matemática não deve ser vista pela criança como disciplina ou matéria escolar, mas como uma atividade do pensamento que está em permanente relação com suas atividades diárias na escola, em casa, ou em qualquer outro lugar”, afirmam Luciana Fiel e Eneida Pereira Gondim, professoras do curso Desenvolvimento da Linguagem Matemática, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

Um dos objetivos do ensino da matemática deve ser o de desenvolver a capacidade de dedução (raciocínio lógico) e não a habilidade para calcular mecanicamente. Embora a contagem seja importante para a compreensão do próprio conceito de número, aprender números é mais do que contar. Por isso, o conhecimento matemático não pode ser visto como uma simples memorização de fatos.

É importante compreendermos que os números são símbolos que representam graficamente uma quantidade de coisas que poderiam ser representadas de outra forma. Assim, antes de descobrir os números, é importante ajudarmos as crianças: dizer quantos têm, mostrar nos dedinhos e brincar com tudo isso. Também é muito importante que os primeiros contatos da criança com a matemática lhe tragam prazer e que ela tenha a sensação de estar fazendo descobertas interessantes.

Circunstâncias interessantes do dia a dia da pré-escola

- Em um passeio, mencionar os sinais de trânsito, direções e distâncias;
- Quando a criança brinca, mencionar as estimativas, medidas e comparações que ela faz;
- Manter um termômetro de parede na classe;
- Registrar a temperatura do ambiente em um calendário designado para esta atividade;
- Observar o céu e registrar a situação das nuvens a cada dia;
- Elaborar gráficos e estatísticas;
- Fazer contagens regressivas para jogos;
- Fazer divisão para trabalho e brinquedo;
- Selecionar músicas, histórias e jogos, para desenvolver o interesse e uma repetição motivadora dos conceitos apresentados;
- Conceitos quantitativos, tamanhos e formatos contrastantes podem ser utilizados de maneira que pareça informal, mesmo tendo feito parte de um plano feito pelo professor;
- Observações cuidadosas e discussões ensinam à criança muitas palavras quantitativas e seu emprego em situações significativas. Assim, o professor guia a criança para sentir os contrastes e escolher palavras adequadas para expressá-los.

Desenvolvimento das atividades

A proposta de trabalho em Matemática se baseia na ideia de que há um ambiente a ser criado na sala de aula que se caracteriza pela proposição, investigação e exploração de diferentes situações-problema por parte das crianças. A interação entre as crianças, a socialização de procedimentos encontrados para solucionar uma questão e a troca de informações são elementos indispensáveis nas atividades de matemática em todas as fases da escolaridade.

Assim, desde a escola infantil, o desenvolvimento do respeito pelas ideias de todos, a valorização e discussão do raciocínio, das soluções e dos questionamentos das crianças devem ser assegurados pelo professor. Isso gera elementos para a construção de uma comunidade social e intelectual na classe e evidencia a necessidade de muitas oportunidades para o trabalho em grupo, seja em duplas, trios, quartetos ou mesmo a classe toda.

A ação pedagógica em matemática, organizada pelo trabalho em grupos, não apenas propicia troca de informações, mas cria situações que favorecem o desenvolvimento da sociabilidade, da cooperação e do respeito mútuo entre as crianças, possibilitando aprendizagens significativas. Para viabilizar um trabalho assim, as brincadeiras infantis são fundamentais.

Como propor as brincadeiras

Há várias brincadeiras que poderiam ser apresentadas para as crianças de Educação Infantil, tais como as de roda, corda, amarelinha, ou com objetos como bola de gude e boliche. No entanto, elas se diferenciam pelo uso do material ou dos recursos predominantemente envolvidos no ato de brincar. Elas são apresentadas, variando das formas mais simples até as mais complexas, e as de um mesmo tipo não precisam ser esgotadas para se iniciar as de outro.

O importante é que o professor vá selecionando as sugestões de atividades mais adequadas à sua turma, podendo trabalhar com dois tipos de brincadeiras por semana. É importante também que o professor abra espaço para brincadeiras que as próprias crianças ou ele mesmo conheçam ou queiram inventar.

Uma brincadeira não deve ser feita apenas uma vez, sob pena de muitas crianças não terem chance de se apropriar das regras e dos vários aspectos inerentes a ela. Por isso, o professor propõe, semanalmente, a mesma atividade, durante, aproximadamente, quatro a cinco semanas. Em média, esse é o tempo adequado para permitir a compreensão das regras e para a evolução pessoal de cada criança, em relação à atividade como um todo, sem que se cansem da brincadeira.

Entretanto, o professor deve ser muito cuidadoso ao aplicar um jogo ou brincadeira. Os jogos e as brincadeiras devem ser escolhidos e pesquisados com critério e dedicação para que seu real objetivo não se perca. Para as crianças, as brincadeiras possuem como objetivo a recreação e o divertimento. Mas o educador deve sempre ter em mente o objetivo a ser alcançado. Bem planejadas e aplicadas, as brincadeiras auxiliam a criança a despertar seus talentos.

A amarelinha colabora para o desenvolvimento e a memorização da sequência numérica. Foto: reprodução

Uma brincadeira legal: amarelinha

amarelinha é uma brincadeira que desenvolve noções espaciais e auxilia diretamente na organização do esquema corporal, da motricidade e força das crianças. A brincadeira é conhecida também como sapata, macaca, academia, jogo da pedrinha e pula-macaco e constitui-se, basicamente, em um diagrama riscado no chão, que deve ser percorrido, seguindo-se algumas regras preestabelecidas.

A amarelinha é um jogo que:

- Estimula a comparação constante entre as ações dos jogadores;
- Apresenta comparações, que podem estimular anotações gráficas do desempenho de cada um para outras comparações posteriores;
-Exige que os jogadores pesquisem e descubram a quantidade de força que devem usar ao jogar a pedra para acertar o alvo;
- Exige a estruturação dos movimentos corporais, que permitirão as ações de pular no diagrama, o que auxilia o desenvolvimento do raciocínio espacial;
- Colabora para o desenvolvimento e a memorização da sequência numérica.

Confira mais informações, acessando os cursos da área Educação Infantil.

Por Andréa Oliveira


Leia mais: http://www.cpt.com.br/cursos-educacao-infantil/artigos/educacao-infantil-aprendendo-matematica#ixzz3T640DG9A

Vamos somar?



Objetivos:
★ Trabalhar adição simples, com resultados até 10;
 Reconhecer a ordem crescente e decrescente dos números;
 Noção de adição - mais um - e noção de subtração - menos um;
 Relacionar o número à quantidade de agrupamento;
 Trabalhar a contagem de 1 a 10.
Faixa etária: 4 e 5 anos.

A adição é uma das operações básicas da Matemática e é essencial que o professor trabalhe essa competência durante a pré-escola. Claro, que a forma de introduzir esse conceito será diferente, pois precisa ser apresentado de forma lúdica e, muitas vezes, sem o linguajar usado nas séries mais avançadas. Usar a criatividade é primordial para que o educador tenha sucesso em atividades, principalmente que envolvam essa disciplina.
Segundo a professora de Educação Infantil Nivian de Almeida Alves, do Colégio Scaranne, São Paulo, a função da Educação Infantil é oferecer oportunidades que ampliem o pensamento matemático infantil, gerando verdadeiros desafios intelectuais, e os educadores devem procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem. "Para trabalhar a adição com os alunos pequenos, foram preparadas atividades com um personagem da mata e seu alimento preferido", comenta ela. Veja, então, como ela trabalhou e adapte também para as suas aulas.
Dica de leitura!Um, dois, três, agora é a sua vez!
Um, dois, três, venha contar comigo. Quatro, cinco, seis, conte com seu amigo. Agora é sua vez. Sem erro, não tem perigo. Nesse livro, as crianças aprenderão a contar rimando! Ou seria a rimar contando? O que podemos garantir é que nessa brincadeira entre Matemática e poesia, a diversão é garantida!
Autora: Ana Maria Machado
Editora: Moderna
Preço: R$ 28,90
Onde encontrar: www.moderna.com.br

Vamos somar?
Materiais: Figura de um macaquinho em E.V.A. (molde)
 Bananas em E.V.A.
 Números de 1 a 10
 2 tiras de tecido feltro
 Tiras pequenas de velcro

Procedimento:
Espalhe em uma mesa dez bananas em E.V.A. Solicite que um aluno escolha uma quantidade e fixe em uma das tiras. Escolha outro aluno e solicite o mesmo pro- cedimento do primeiro. Um terceiro aluno fará a soma das duas tiras que o macaquinho está segurando e exibi- rá o resultado com a placa do número correspondente.

Dica!
Cole pequenas tiras de velcro em cada banana, para facilitar a fixação nas tiras de feltro.

Mais uma banana
Materiais:
 Plaquinhas de números de 1 a 10
 55 bananas em E.V.A.
 Dupla face
 Papéis color set para o quadro
 Uma figura de macaco para decoração.

Procedimento:Disponha aos alunos figuras de bananas. Chame um aluno de cada vez e dramatize a atividade em que o macaquinho receberá mais uma banana. Conforme fazem a colocação de mais uma banana, peça que o aluno conte e fixe o número correspondente à quantidade. Pergunte, a partir da sequência exposta, se a contagem está crescendo ou dimi- nuindo. Informá-los, então, que chamamos essa contagem de "ordem crescente".

Comendo banana
Aproveitando a quantidade de bananas que o ma- caquinho juntou, apresente a noção de subtração "menos um" e a ordem decrescente.

Materiais:Os mesmos itens utilizados na atividade "mais uma banana". O professor poderá adaptar a figura do macaco colocando uma língua e uma banana descascada (saboreando o alimento).


Procedimento:
Disponha aos alunos figuras de bananas. Chame um aluno de cada vez e dramatize a atividade em que o macaquinho comerá uma banana, ficando, assim, com uma a menos. Peça ao aluno que conte e fixe o número correspondente à quantidade. E nessa ati- vidade, os alunos notarão que a sequência exposta está diminuindo, sendo, assim, chamamos essa con- tagem de "ordem decrescente".

Dica esperta!
O educador pode adaptar a atividade com outros animais. Descubra a preferência de seus alunos e mãos à obra!

Saiba +
Alguns sites infantis possuem diversos jogos que podem auxiliar a criança no aprendizado da Matemática.
Um deles é o http://discoverykidsbrasil.uol.com.br/jogos/somar/. Aproveite a tecnologia e alie-se a ela.

Em: http://revistaguiainfantil.uol.com.br/professores-atividades/125/artigo300397-1.asp

Literatura e Matemática

Literatura e Matemática: o florescer de uma aprendizagem prazerosa e assertiva

 Baixar o material

Em: http://www.editoradobrasil.com.br/educacaoinfantil/oficina_de_saberes/oficina_de_saberes.aspx

Alfabetização Matemática - Aprender e ensinar Matemática na Educação Infantil

A criança, desde o nascimento, está imersa em um universo do qual os conhecimentos matemáticos são parte integrante. A Educação Infantil representa uma etapa muito importante no processo de ensino e aprendizagem na vida do aluno.


Na Educação Infantil, o trabalho com noções matemáticas deve atender, por um lado, às necessidades da própria criança deconstruir conhecimentos que incidam nos mais variados domínios do pensamento e, por outro, precisa corresponder a uma necessidade social de melhor instrumentalizá-la para viver, participar e compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades.

Objetivos do ensino da Matemática na Educação Infantil

Segundo o Referencial curricular nacional para a Educação Infantil, "a abordagem da Matemática tem a finalidade de proporcionar oportunidades para o aluno a fim de que possa se comunicar matematicamente, ou seja, descrever, representar e apresentar resultados argumentando a respeito de suas conjecturas, utilizando, para isso, a linguagem oral e a representação por meio de desenhos e da linguagem matemática." (Ministério da Educação e do Desporto/Secretaria do Ensino Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.)
As normas para o currículo e a avaliação da Matemática escolar, do National Council of Teachers of Mathematics, afirmam:
"[...] representar, falar, ouvir, escrever e ler são competências de comunicação e devem ser encaradas como parte integral do currículo de Matemática. Questões exploratórias que encorajam a criança a pensar e a explanar o seu pensamento, oralmente ou por escrito, ajudam-na a compreender claramente as ideias que quer exprimir."
(National Council of Teachers of Mathematics (NCTM). Worthwhile mathematical tasks. In Professional standards for teaching mathematics. Reston, VA: National Council of Teachers of Mathematics, 1991. p. 34.)
Brincando, jogando, cantando, ouvindo histórias, o aluno estabelece conexões entre seu cotidiano e a Matemática, e entre a Matemática e as demais áreas. A presente coleção, portanto, valoriza e propõe situações didáticas que estimulam e provocam a necessidade de interação entre o aluno e você por meio de diálogos constantes, troca de ideias e socialização de descobertas, visando sempre ao desenvolvimento das habilidades descritas a seguir e que constam do Referencial curricular nacional para Educação Infantil.
  • Estabelecer aproximações de algumas noções matemáticas presentes em seu cotidiano, como contagem, relações espaciais etc.
  • Reconhecer e valorizar os números, as operações numéricas, as contagens orais e as noções espaciais como ferramentas necessárias ao seu cotidiano.
  • Comunicar ideias matemáticas, hipóteses, processos utilizados e resultados encontrados em situações-problema relativas à quantidade, ao espaço físico e à medida, utilizando a linguagem oral e a linguagem matemática.
  • Confiança em suas próprias estratégias e em sua capacidade de lidar com situações matemáticas novas, usando os conhecimentos prévios.
(Ministério da Educação e do Desporto/Secretaria do Ensino Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.)

A oralidade e a Matemática

Desenvolver a oralidade na Educação Infantil expande o universo de comunicação da criança. No entanto, durante muito tempo o ensino da Matemática esteve centrado na escrita, excluindo quase que completamente a fala, a oralidade.
A comunicação auxilia na organização do pensamento, promovendo o intercâmbio social. Quanto mais oportunidades o aluno tiver para falar, escrever, desenhar, compartilhar sentidos e refletir sobre sua ação e a dos colegas, mais forte será a apreensão do significado do que está sendo trabalhado.
Segundo Smole:
"Ouvir, falar, ler, escrever, desenhar são competências básicas para que os alunos aprendam conceitos em qualquer tempo e servem tanto para levá-los a interagir uns com os outros quanto para que desenvolvam uma melhor compreensão das noções envolvidas em uma dada atividade, pois qualquer meio que sirva para registrar ou transmitir informação incentiva a capacidade de compreensão e de análise sobre o que se está realizando."
(SMOLE, Kátia Stocco; DINIZ, Maria Ignez (Org.). Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para aprender Matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 25.)
Nesta coleção, procuramos destacar a necessidade e a importância de se integrar e articular diferentes formas de linguagens e comunicação: oral, gestual, pictórica, textual, matemática. Para isso, o aluno é frequentemente estimulado a comunicar os próprios pensamentos e criações, e a trocar ideias com os colegas, a fim de que adquira modos de expressão cada vez mais elaborados à medida que constrói os próprios conhecimentos.

Jogo de matemática na educação infantil.

Educação Infantil


Uma forma lúdica e divertida de introduzir os números com suas respectivas quantidades ou seja assimilar o concreto com o abstrato.

Modo de fazer: Usa-se copos plásticos, tampinhas de refrigerante ou outro tipo de recipiente. Desde que todas sejam da mesma cor e tamanho. Dentro coloca-se os números a serem trabalhados, um em cada tampa ou copo. Nos outros para formar os pares cola-se miçangas, botões, o que você desejar, lembrando que devem ser iguais nesta parte também e de acordo com cada número a ser trabalhado.

Como se joga: Reúna seus pequenos em mesas ou em um círculo no chão, explique sobre os números e suas respectivas quantidades. Vire as tampinhas ou os copos para baixo e misture. Um aluno por vez desvira um par das tampas ou copos. Se acertar o par o aluno fica com as tampas e tenta novamente até errar. Quando se erra passa a vez para o próximo. Lembrando que se errou as tampas ou copos deverão continuar virados para estimular a memória dos demais participantes. Ganha quem fizer o maior número de pares.

Em: http://www.pequenosgrandespensantes.com.br/2013/08/jogo-de-matematica-na-educacao-infantil.html

Matemática na Educação Infantil

Por: Katia Stocco Smole  

Para iniciar este artigo, cuja meta é analisar aspectos referentes à educação matemática na escola infantil, trago um pequeno diálogo entre Sofia, de 4 anos, e sua família. A brincadeira da vez, proposta pela menina, era desafiar os adultos com contas: quanto é 2 + 2 + 3? Quanto é 3 + 4 + 5? Os adultos respondiam a uma pergunta e propunham outra do mesmo tipo. A pequena parava, pensava, fazia caretas, olhava os dedos, mas resolvia todas. Em certo momento, ela decidiu propor contas difíceis e perguntou: “Quanto é 11 + 12?”. Uma das pessoas perguntou: “Mas você sabe quanto é 11 + 12?”. Ao que ela respondeu: “Não, né? Eu só perguntei. Precisa de muitos dedos para calcular!”.

O que leva uma criança dessa idade a se divertir propondo contas para os adultos? O que uma criança precisa saber para enfrentar situações desse tipo e decidir se vai ou não resolver os desafios propostos? Como conseguir despertar e manter o desejo de saber matemática? 
Já vai longe o tempo em que ensinar matemática na educação infantil confundia-se com atividades de seriação, classificação e sequenciação. Também não faz mais sentido o trabalho centrado em preencher folhinhas com números ou marcar quantidades de objetos de um conjunto em um quadradinho. 

Para entender o interesse de Sofia, não basta considerar o ambiente familiar, nem tampouco que seja talento natural. Estudos de neurociências indicam que as crianças têm capacidades matemáticas características da genética da espécie, o que lhes permite desenvolver algum conhecimento matemático antes da escolarização. No entanto, cabe à escola atuar para a evolução do saber inicial, por meio de um ambiente problematizador, que favoreça o desenvolvimento de novos conhecimentos matemáticos.

Na educação infantil, a aprendizagem matemática se dá a partir da curiosidade e do entusiasmo das crianças e cresce em função do tipo de experiências vivenciadas nas aulas. Experiências desafiadoras incentivam a explorar ideias, levantar e testar hipóteses, construir argumentos de maneira cada vez mais sofisticada.  

Contudo, a despeito de haver muita matemática ao redor dos alunos, nem sempre as ideias matemáticas aparecem por sorte ou espontaneamente. Elas são elaboradas ao longo do tempo, estruturando-se na criança e organizando-se em uma rede de relações construídas todos os dias, com aulas bem planejadas pelo professor.

A segurança de Sofia indica que ela tem liberdade de pensamento e, ao mesmo tempo, conhecimento matemático que permite viver e propor desafios. Forma e conteúdo estão em jogo para que uma criança aprenda matemática. Todos os conteúdos matemáticos que as crianças precisam aprender situam-se em um de quatro grandes eixos articuladores:
  1. conhecimento dos números, dos seus significados e das operações entre eles; 
  2. conhecimento de formas geométricas, localização espacial e desenvolvimento corporal; 
  3. conhecimento das principais grandezas e medidas; 
  4. interpretação e organização de dados a partir dos primeiros contatos com o tratamento da informação.
Cada um desses eixos, se abordados desde a educação infantil, contribuirá para que a criança adquira novas formas de interpretar, ser e estar no mundo, lentes novas para ver seu entorno com maior criticidade. A matemática na educação infantil integra a primeira fase de um ciclo de alfabetização, o qual serve para ampliar na criança as capacidades de analisar, comparar, observar, tomar decisões, tirar conclusões, propor e resolver problemas.


Uma das maiores conquistas que a escola pode auxiliar os alunos a ter é o conhecimento da linguagem matemática. Por isso, é necessário cuidado para que a linguagem matemática seja percebida como forma de comunicação. Essa linguagem, a princípio, é a linguagem materna. Aos poucos, a escola auxiliará a criança a perceber que a linguagem matemática também consiste em um código formado por símbolos e signos específicos como aqueles usados para números, operações, gráficos e representações geométricas.

Assim, é importante que os alunos da educação infantil sejam expostos a um contexto de aula no qual ouvir, ler, falar e escrever em matemática sejam não apenas estimulados, mas parte indissociável do ambiente educativo para que os alunos percebam a matemática e sua linguagem como modo de integrar-se ao meio e de ter acesso à informação que elas proporcionam.

Vale destacar que, dos 4 aos 6 anos, há hipóteses de construção da linguagem matemática e os alunos fazem suas produções por tentativa e erro, por aproximação de um modo que, grosseiramente falando, aproxima-se do que acontece com a linguagem escrita. Estudos como os de Dehaene e colaboradores (2004) indicam que os processos linguísticos são importantes no processamento simbólico e destacam o papel do domínio do significado e dos símbolos matemáticos — e, consequentemente, da instrução formal — na estruturação da compreensão da matemática pelos alunos.

Outro ponto importante da educação matemática na infância é a liberdade para a criança pensar por si e ter ideias. Aos 4 anos, Sofia mostra que tem o hábito de desafiar e ser desafiada. Isso indica que convive com a ideia de que algumas vezes resolve os desafios propostos, outras não, e que pode enfrentar uma situação desafiadora por distintos caminhos. Favorecer o intercâmbio de ideias entre os alunos permite que avancem na linguagem e nas formas de representação, deixando fluir seus sentimentos para uma boa aprendizagem matemática, criando a sensação de poder aprender e pensar em matemática. 
Os educadores devem ter em mente que todo o trabalho realizado com conteúdos matemáticos não pode ser ocasional ou fortuito; as propostas têm de ser múltiplas, variadas e relacionadas com a linguagem, as expressões e a formação sociopessoal do aluno (Smole, 2000). O papel do adulto é selecionar e planejar situações de aprendizagem que se ajustem às necessidades das crianças, bem como propor atividades adequadas, ajudar os alunos em suas buscas, perguntar-lhes por aquilo que tenham visto, pensado, imaginado, experimentado ou descoberto e refletir junto com eles para ajudá-los a atribuir sentido matemático às experiências vividas.

Tendo em vista que os alunos da educação infantil estão em uma fase lúdica, na qual brincar é um direito legítimo e uma maneira de desenvolver-se amplamente, as aulas de matemática precisam ter espaço para jogos, brincadeiras, histórias, fábulas, problemas, experimentos e tantas outras atividades que compõem o universo infantil. Em seus estudos de neurociências e matemática, Whyte e Bull (2008) demonstram que as crianças que jogam compreendem melhor o universo dos números.

Precisamos desfazer o mal-entendido de que na educação infantil praticamos uma matemática simplista, muito elementar, sem propor situações mais desafiadoras, e também nos desfazer da ideia de que primeiro os alunos aprendem a ler e escrever para depois explorar situações mais complexas de matemática. Se fosse assim, não precisaríamos da escola.

A matemática na educação infantil que proponho é parte indissociável do todo que entendo como educação matemática e apresenta pontos em comum com o que os alunos precisam aprender posteriormente. A manutenção do desejo e do interesse por matemática entre alunos de 4 e 5 anos vem do atendimento de suas necessidades atuais, e não de uma matemática que seja vista prioritariamente como preparação para o futuro.

“Preciso apresentar a matemática como amiga”

Por Benedita Amélia Batista
aspasTenho 33 anos de profissão, já fui secretária de educação, supervisora, mas o que gosto mesmo é a sala de aula. Em geral, os professores trabalham muito com reforço, mas a criançada detesta e só procura na época de prova. Por isso, há 10 anos criei o projeto Desenrolando a Matemática com a intenção de deixar a aula “mais gostosa”. A princípio, era só para quem tinha dificuldade com a matéria, mas os outros ficavam olhando e pediam para participar.
Eu trabalho a parte lúdica com jogos em salas do 4º e do 5º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Manoel Machado Homem, em Cachoeira de Minas (MG). Isso acontece uma vez por semana, para introduzir um novo conteúdo ou para fixação. Já apresentei a ideia para a secretaria da escola. A cada 15 dias, fazemos a aula no laboratório de informática. Em dias de eventos na escola em que não há atividade com os jogos, eles reclamam “Ê, TIA…”.
CAPACrédito: charles taylor/Fotolia.com

Para criar os jogos, uso muita sucata. Eles gostam muito daqueles com tabuada e fração. À medida que acertam os cálculos, o carrinho avança, como em uma corrida. Não tem mistério, todos os jogos são muito simples. As crianças não gostam da matemática porque não aguentam mais ouvir “abra o livro na página tal”, mas com ajuda dos jogos, conseguem, sim, entender com facilidade.
“As crianças não gostam da matemática porque não aguentam mais ouvir “abra o livro na página tal”
As crianças passaram a assimilar melhor todos os conteúdos, até divisão, que é um sufoco. Para facilitar, as crianças podem usar formas, tampinhas, garrafinhas. No Desenrolando a Matemática, também tenho seis caixas cheias de rolinhos de papel higiênico encapados com problemas tirados da internet e de outros livros para serem calculados.

Eu tenho uma atividade específica para cada conteúdo e elas também ajudam na socialização. Eles montam os grupos e, depois, para não ficar só a “panelinha”, eu divido. Líderes podem passar a função para outro, se quiserem. Ando em volta da sala questionando e, ao final, faço a problematização lançando perguntas.
No começo deste ano letivo, preciso apresentar para as turmas a matemática como uma amiga. Logo na primeira aula, vou distribuir crachás para ensinar as unidades. As crianças usam formas para representar um número: 1225, por exemplo. Ela pega um cubo grande, duas placas, duas barras e cinco cubinhos, enquanto os outros devem ir até a lousa para escrever o número.
A gente já foi em outras escolas do município para apresentar como funcionam as aulas. As próprias crianças ajudam nas dinâmicas. Elas ficam eufóricas. A equipe pedagógica também ajuda muito. Quando eu aviso que preciso visitar tal escola, a prefeitura prepara a condução.
Uma razão para o sucesso é o fato de levarmos esse projeto para reuniões de pais e cursos de aperfeiçoamento de professores. O Ideb de nossa escola é 6,7, e acreditamos que contribuímos para que o índice chegasse nesse valor e esteja sempre aumentando.
Em: http://porvir.org/diariodeinovacoes/preciso-apresentar-matematica-como-amiga/20150204